sexta-feira, 3 de agosto de 2012

As flores do meu jardim

Homenagem ao pai dos meus filhos

As flores do meu jardim

Aos teus encantos
nasci, eclodi,
medrei em ti...
fui a rosa cor-de-rosa
e, nos teus sonhos, airosa!

Do perfume sacrossanto,
evolado do teu canto,
fisgado ao meu encanto,
criaste lá dentro de mim
três sementes naturais...

Com o tempo, ventos fortes,
falta d’água, adubo fraco,
enfraqueci... tu murchaste...
voaste ao vendaval
replantado noutros sonhos.

Naquele jardim tão florido,
germinado em tanto amor,
ouvi minha solitude
e nas angústias do mundo
fiquei plantada na dor...

Mas, ao lado, inda fraquinhos,
três botões bem pequeninos
deixaram rolar pelos caules,
quase a escondê-lo de mim,
o orvalho da saudade.

Ao sentir aquele apelo,
ensinei-lhes muito amor,
adubei-os para a paz,
lavei-lhes no orvalho pranto,
toda a mágoa, em doce canto.

Cresceram fortes, sadios,
nossos pequenos botões,
amando cada semente,
espargindo alegria,
sem nunca esquecerem de ti.

Ensinei-lhes a beleza
do nosso amor de outrora,
imunizei cada espinho,
engrandeci o carinho
nascido deles por ti!

Certa vez, contaminada
pelo vírus da maldade
e, na tristeza do adeus,
entreguei, aos teus cuidados,
o nosso lindo florir!

O tempo foi-se, num encanto,
tudo se foi arrumando...
tristezas, dores, pesares,
enterrados e quase mortos,
no fadário dos caminhos!

Hoje, todos, um a um,
cinco flores perfumadas,
florindo no mesmo arrebol!
Nós dois - origem de tudo,
Eles – as flores de nós...
a cada qual - um jardim!

Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Aos casais que se separam, mostrando-lhes que, independente do sonho de amor findar,
em prol do crescimento sadio dos filhos, pode-se viver dignamente.
E, que vale a pena, jamais guardar rancor! Por nós, pelos filhos...
e pela sensação de Amor e de Paz que, agora, paira no ar...
Cabo Frio, 26 de setembro de 2009 – 13h54

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