O início...
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 11 de novembro de 2009 - 10h42
Primeiro parágrafo reeditado em 8 de maio de 2010 - 17h10
Eu, enquanto Mãe: nasci por três vezes, em uma só vida
Nasci no dia em que o meu primeiro filho veio ao mundo. Quem pariu quem, não consigo explicar, tão unos em mistério! Algo extraordinário aconteceu, pois, se antes simplesmente vivia, naquele momento transcendi o respirar vadio que não cria e desvendei o esplendor da coexistência! Ao depois, a desafiar o lógico e o ilógico e a sublimar todas as quimeras - criadora e criatura - nasci por mais duas vezes! A cada nascimento, emoção única e inigualável!
Desde que fui mãe, nunca mais morri...
Cada nascimento dos meus filhos foi um "nascer" e não um "renascer". Não sei muito como explicar sobre essa coisa enigmática, que é o meu SER-MÃE... Para renascer, algo precisava encontrar-se morto em mim. Mas, não foi assim. Nasci, mesmo, a cada nova chegada! E, de forma natural e mística, aquela nova vida unia-se à pré-existente...
Chego a elucubrar que essa insólita sensação ocorra com outras mães. Talvez, seja proteção antecipada... uma estratégia de sobrevivência, para conviver sob o enlevo de tanto amor, ao qual, nem de longe, suporta-se a possibilidade de um dia perder.
Quiçá, seja por tal razão - conseguir ser tantas vidas numa só - que algumas mães consigam sobreviver à ausência dos filhos que partem, seja pelas sendas naturais do mundo, que os leva em busca dos seus próprios caminhos, seja sob a razão fatal de perdê-los à euforia da morte...
Não sei... não sei... mas, sinto pavor incontido, só por pensar na última alternativa... Na realidade, a única tragédia para a qual não consigo imaginar minha sobrevivência, sob juízo perfeito...
O depois...
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
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